domingo, 3 de maio de 2009

Um dia a casa cai

Conforme o tempo vai passando, percebe-se o aumento do culto à beleza e à perfeição corporal. Mas quem vive dia após dia segundo a lei do oeste, não esquenta muito a cabeça com essas convenções. Bugre que é bugre não faz contas diárias de consumos calóricos e não se preocupa em comer uma porção disso e uma porção daquilo. Ele come e pronto! Come o que pintar pela frente. E os dois sentidos se aplicam nessa questão. Desde rabada e chouriço de um lado e aquela gostosa com cara de bunda e aquela bonitona com a bunda feiosa, ou ainda pior, muito pior.

Mas atitudes bugres não estão sendo bem-vistas na sociedade moderna. Se alguém quer ser um gordo, qual o problema? Em certos lugares já é quase pecado ser obeso. Paga-se multas e o escambau. E, com base nisso, os bugres gordos, ou gordos bugres, não sei qual o melhor termo se aplica, passam por perrengues que nem mesmo um bugre deveria passar. Segue um relato, em tom de desabafo, de um pobre gordo, e não gordo pobre. Nesse caso, é pobre gordo mesmo.

"Quando me casei pela primeira vez a uns bons 25 anos atrás, minha primeira mulher me achava um tesão! Descasei depois de 21 anos e me juntei com outra mulher e essa já me achava um pesão. Daí, estive refletindo e há certas coisas que me incomodam. Algumas ocasiões são realmente muito desagradáveis na vida de um gordo. Ir a um motel, com toda certeza, é uma delas. Tudo em um motel parece que foi projetado minuciosamente para sacanear com a cara dos obesos. Reparem só:

Na grande maioria desses estabelecimentos é preciso subir uma escadaria para chegar ao quarto. Isso não se faz. Ou o gordo trepa ou sobe escada. As duas coisas no mesmo dia são impraticáveis. O gordo chega tão esgotado no quarto que parece até que já deu duas no caminho. A parceira, então, propõe uma hidromassagem para relaxar. O que, na verdade, quer dizer: "Por que você não vai tomar banho, seu gordo sebento?".

Já na banheira, o gordo percebe que nem a água quer ficar com ele. Metade cai fora, preferindo manter uma relação mais íntima com o chão do banheiro. Dá um friozinho na barriga. Até porque parte da barriga, como um iceberg, fica pra fora da espuma. Mas é na saída do banho que a situação fica ainda mais ridícula. Chega o fatídico momento de colocar o roupão. É triste... Com algum esforço, o cinto até fecha, mas o roupão não. Fica aquele decote tipo Luma, que dá pra ver até o umbigo, só que no lugar da Luma, está o Jô, saca? É constrangedor.

Quando o gordo finalmente chega no quarto, a situação consegue ficar ainda pior. Se um elefante incomoda muita gente, dez elefantes de roupão refletidos nos espelhos incomodam muito mais. Para que tanto espelho? Se o próprio gordo já fica mal, imagina a parceira cercada pela manada? Se eu fosse ela, não dava mais de comer aos animais. Mas de todos os espelhos o mais cruel, sem dúvida, é o do teto. A vista é estarrecedora. Dá até para entender por que a maioria das mulheres transa com os olhos fechados. Acho que a única utilidade de tantos espelhos e pra gente conseguir ver o pinto que a barriga não deixa a gente ver há muitos anos. Eu, como sou um gordo experiente, uso uma tática infalível: ligo o ar-condicionado no máximo para forçar o uso do lençol. Afinal, o que os olhos não vêem..."

E pra terminar, aproveitando o lançamento de X-Men Origens: Wolverine, deixo uma prévia do futuro lançamento da Marvel: Hulk vs Juggernaut. Aproveitem!

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