segunda-feira, 4 de maio de 2009

Absurdos cotidianos 1 - A letra de médico


Existem várias coisas no dia a dia que são absolutamente absurdas, mas que por algum motivo já se tornaram culturais, e por isso mesmo invisíveis. A partir de hoje quero começar a falar de algumas delas, e quem tiver ideias sobre o tema fique à vontade para dar seguimento ou fazer sugestões.

Quero começar essa série falando sobre essa instituição que é a tal "letra de médico".

Porra, olha que absurdo isso!!! É tão comum ver médicos com letras ininteligíveis que até criou-se uma expressão popular para isso. Parece que se o cara tiver letra normal, que qualquer alfabetizado possa entender, não é bom médico, da mesma forma que advogado precisa falar de um jeito que assuste seus clientes mais humildes (assunto nosso para o futuro).

Acontece, meu caro, que a compreensão daquilo que o médico escreve pode fazer a diferença entre a vida e a morte do paciente. Imagine, por exemplo, se o camarada escreve novalgina e o farmacêutico entende algo parecido! "Tome novalgina 3 vezes ao dia". Se o paciente for homem, então, aí que tá ferrado mesmo...

A coisa não pára por aí. Por algum motivo inexplicável, remédio precisa ter nome difícil e sem sentido. O homem civilizado gosta de complicar as coisas. Estudou, e tem que mostrar isso o tempo todo. Então, em vez de fazer igual índio e batizar "remédio para dor de cabeça", ele batiza dipirona. Porra, dá vontade de mostrar a dipirona a um cara desses...

Agora pare e pense. Se todo médico escreve na forma de hieroglifos, e sempre fala de nomes absurdos para os remédios, calcule rapidamente quantas vezes o pobre paciente chega na farmácia, gasta os tubos, e leva para casa um remédio errado.

Porra, o cara deixa de comer para pagar plano de saúde, ou deixa de dormir para passar a noite numa fila de hospital público. Aí quando é finalmente atendido, o filho da puta do médico não se dá o trabalho de escrever algo legível, que ao menos garanta que o desgraçado do paciente (e bota paciente nisso!) possa pagar alto pelo remédio certo, em vez de um veneno que piore ainda mais sua condição. É absurdo ou não é?

Cara, fico imaginando quanta gente já não morreu ou se fudeu demais por causa dessa porra de letra de médico. Neguinho é tão fdp que até quando tem a letra razoável tenta estragar, só pra parecer médico de verdade.

Agora pare e reflita: você leva uma vida de cão, trabalha mais de 40 anos, para no fim largar tudo para trás porque um babaca que comprou o diploma e é pouco mais qualificado que um açogueiro veio e te matou porque escreveu algo criptografado, e o pobre do farmacêutico entendeu tudo errado. É justo isso????

Antes que digam que eu estou exagerando, imagine quantas vezes isso já não aconteceu? E eu te digo: se tivesse acontecido apenas uma vez, já seria um absurdo. Ninguém pode morrer por algo tão besta quanto uma letra garranchada.

Por isso fica o apelo: aula de caligrafia já para os cursos de medicina, desde o 1º período.

Um comentário:

  1. Olha so oq achei sobre isso.

    http://www.gazetadigital.com.br/digital.php?codigo=76106&UGID=1ec8f61c121352b2260a2e42c8da8e4f&GED=6323&GEDDATA=2009-03-05

    Acho q alguem so se deu mal pra isso acontecer.

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