quarta-feira, 1 de julho de 2009

O segundo raio

Sabe aquele papo de que 2 raios não caem nunca no mesmo lugar? Pois bem: é uma meia verdade.

A verdade é que volta e meia eles caem sim, e é aí que residem as grandes histórias. Quando não um, mas dois (ou mais) eventos improváveis se cruzam. Aí sim você tem boas histórias, e momentos nos quais fica a impressão de que alguém lá em cima se diverte às nossas custas.

Quando o primeiro avião bateu no World Trade Center você tinha um acidente espetacular e de causas difíceis de imaginar. Quando o segundo bateu, você tinha um atentato cruel, planejado (ao ponto de saber que seu grand finale seria mostrado ao vivo para todo o mundo) e inacreditável. Foi o segundo avião, e não o primeiro, que deu ao evento sua importância histórica.

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Em proporções muito menores, óbvio, tenho diversas histórias de dois raios para contar. Mas hoje vou falar de duas que não foram vividas por mim, mas por conhecidos. Garanto que são histórias reais.

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Um jovem casal, recém-casados, decidiram viajar com a mãe da esposa, do Rio para Minas Gerais. Tão logo passaram pela divisa, pararam para abastecer o carro e comer algo. Foram então acordar a senhora no banco de trás do fusca, e para total desespero viram que ela havia falecido.

Era uma situação insólita, e eles não sabiam como agir. Ficaram com medo de serem acusados de algo, e decidiram voltar ao Rio. Antes, porém, foram ao banheiro, e deram uns telefonemas.

Quando voltaram ao carro, ele havia sido roubado...

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História não menos mórbida viveu um psiquiatra, amigo de meu avô.

Já com a idade avançada, ele decidiu visitar um velho amigo. Lá chegando, tocou o interfone. O amigo desceu, e foi recebê-lo na portaria.

Muita conversa, muitos abraços, e o convite para subir. "Vamos, venha conhecer minha casa".

Os dois entram no elevador, e então, em plena subida, o dono da casa sofre uma morte súbita. Seu corpo cai para a frente com tal violência que afeta a porta do elevador (naturalmente muito antigo), e este pára, entre dois andares. O amigo, já idoso, simplesmente não tem forças para suportar o amigo morto (e sabemos que os mortos pesam muito), e com isso se vê naquela situação inusitada. Preso no elevador com um defunto, e sem qualquer interfone ou meio de comunicação com o exterior.

Ao que consta ele levou várias horas para ser resgatado, e jamais conseguiu recuperar os nervos após a experiência.

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Se você conhece alguma história de 'dois raios', por favor, divida conosco.

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